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DISPAREUNIA

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Dor durante a relação sexual não é normal

A dor durante o ato sexual, também chamada de dispareunia, é mais comum do que se imagina. Ela dificulta não só a relação sexual, mas também compromete a rotina da mulher porque impede qualquer tipo de penetração, inclusive na hora de fazer exames ginecológicos. Ela pode ser classificada em dois tipos: superficial, quando ocorre em torno da abertura da vagina, normalmente no momento da penetração, ou profunda, quando a dor é sentida dentro da pelve, em geral durante o movimento peniano. Em ambos os casos, as características da dor são as mesmas e se manifestam em forma de ardência ou como uma cólica muito forte. 

DOENÇAS QUE PODEM CAUSAR DOR DURANTE A RELAÇÃO SEXUAL

A recomendação inicial é procurar ajuda especializada aos primeiros sinais de dor, e não postergar imaginando que o desconforto vai passar de uma hora para outra. O médico poderá solicitar exames como ultrassom, papanicolaou e exames de urina para se certificar de que o desconforto não é consequência de alguns problemas mais comuns.

No caso da dor superficial, algumas possíveis causas são: infecções genitais como herpes e candidíase (que costumam causar bastante ardência, já que a área da vulva fica inflamada), vaginismo (condição na qual a musculatura pélvica se contrai involuntariamente, tornando a penetração inviável) e sensibilidade aumentada na área vaginal.

Durante o exame ginecológico, o médico pode fazer um teste rápido para identificar se você sofre de dor provocada, isto é, causada por algum agente externo como absorvente interno, coletor menstrual ou a própria penetração. O teste é simples e consiste em pressionar a área sensível com um cotonete.

A dor profunda pode ser sinal de endometriose, que costuma ser uma das grandes responsáveis pela dor durante o ato sexual, por conta do quadro inflamatório que provoca na pelve.  

Cistos no ovário e cicatrizes na região pélvica provindas de alguma infecção, cirurgia ou radioterapia também podem se manifestar com dor durante o sexo.

É importante também ficar atenta à possibilidade de esse sintoma ter relação com a chegada da menopausa, pois nessa fase pode haver ressecamento vaginal por conta da diminuição do nível de estrogênio.

NÃO DEIXE DE LADO OS FATORES EMOCIONAIS

Não podemos esquecer que as causas da dispareunia podem ainda ser de fundo emocional. Sexo ainda é tabu para muitas mulheres, cuja sexualidade com frequência é reprimida, o que dificulta a busca por informação. Existem pacientes que sentem o desconforto desde a primeira relação sexual e acham que isso é normal, que a dor faz parte da relação íntima. Assim, em vez de o sintoma ser encarado imediatamente como um problema a ser tratado, muitas podem pensar que é comum e negligenciar a procura por tratamento.

O cenário é ainda mais delicado se a mulher tiver passado por experiências traumáticas relacionadas à sexualidade, incluindo abuso e repressão por questões de gênero, ocorrências muito frequentes no Brasil. Mulheres com tal histórico tendem a suportar muitas dores e guardar os problemas para si.

Porém, não são necessários grandes traumas para o sintoma aparecer. A dor pode surgir quando a mulher está com medo do contato íntimo por qualquer motivo, ou quando sente forte insegurança em relação à sua imagem, por exemplo. Esses fatores fazem com que ela não se sinta relaxada, o que dificulta a lubrificação vaginal e, consequentemente, provoca dor e desconforto. É o caso de procurar um psicólogo ou terapeuta.

É importante buscar esse tipo de acompanhamento o quanto antes, pois tratamentos que envolvem a saúde emocional podem ser longos. Além disso, conviver com a dor durante o sexo tende a provocar sentimentos de frustração e baixa autoestima, além de comprometer a saúde do relacionamento. Guarde: não é normal sentir dor.

TRATAMENTO DA DISPAREUNIA

Uma dica simples para aumentar lubrificação vaginal é utilizar lubrificantes próprios para uso íntimo e investir mais tempo nas preliminares. Contudo, o mais importante é descobrir a origem da dor e atuar nela.

Se você tem sentido dor em todas as relações sexuais, é preciso buscar ajuda especializada. O diagnóstico é fundamental, portanto, o primeiro passo é marcar uma consulta com o ginecologista para verificar se existe alguma doença por trás do sintoma. Problemas desse tipo geralmente são combatidos com antifúngicos ou antibióticos.

Para pacientes com endometriose, há muitas opções de tratamento cirúrgico ou clínico. Para os casos de vaginismo, sessões de fisioterapia pélvica podem ajudar. Nesses casos, é comum treinar a capacidade de se ter algo dentro da vagina, iniciando com a inserção, pela própria mulher, de objetos chamados dilatadores.

Se a questão for emocional, vale a consulta com um psiquiatra e, na maior parte das vezes, iniciar um acompanhamento terapêutico.

Isso vai no texto? -> Maiara Ribeiro é jornalista, repórter do Portal Drauzio Varella e interessada em temas relacionados a saúde da mulher e deficiências na infância.

Ouça o Podcast com Juliana Conte

Publicado em: 20 de fevereiro de 2019 e Revisado em: 9 de setembro de 2019

Atenção: dor durante a relação sexual não deve ser encarada como algo normal. Sentiu desconforto durante a relação sexual, consulte um ginecologista

Fonte: Reprodução Drauzio Varella UOL

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